A luta de um membro do Carcará é
a mesma, o que difere é a intensidade e o tempo. O projeto carcará me mudou, eu
antes fazia uma dieta restritiva e por causa dos resultados espantosos eu achava
que todo mundo deveria fazer. Após 2 meses de luta e essa eu confesso, que sou
eu contra eu mesma... Corpo versus mente, ambos fizeram as pazes e eu entendi
que não era mais hora de continuar essa dieta, procurei um nutricionista, o
Itamar Xavier. Pessoa muito humilde em seu ensinamento, atencioso e que me fez
entender o que estava acontecendo com meu corpo.
A dieta Dukan ela é 100% um
sucesso, porque ela não te promete outra coisa além de um emagrecimento
vertiginoso. No entanto no segundo mês em que estava na Dukan em minha primeira
corrida, senti muito o joelho, percebi que o músculo não tensionava o máximo
que ele podia. Fôlego eu tinha e falava isso. A dieta Dukan tirou a tonificação
dos meus músculos. E a recuperação era lenta. Mesmo antes de começar o primeiro
mês meu corpo pedia comida e o peso na consciência por estar fugido da dieta
era grande, quem se atrevesse a ir contra certamente receberia uma cara feia. Meu
humor foi alterado e para minha sorte a minha alta autoestima sobrepunha esse
mau humor.
Fui ao médico ortopedista e ao
endocrinologista antes de terminar a Dukan. No ortopedista o diagnóstico foi
categórico, fraqueza muscular. Fiz fisioterapia, não continuei por causa da
distância da minha casa, fiz os exercícios da fisioterapia na minha academia. O
que fez efeito durante o mês de setembro e outubro. Fui ao endocrinologista, os
exames normais, mas um ácido úrico começando a alterar, já que por cálculos do
nutricionista eu estava ingerindo 2,2g de proteína por dia, isso é bastante
alto. E sobrecarrega rim e fígado.
Se pelos exames bioquímicos não
paguei caro os resultados maravilhosos da Dukan, paguei de volta com o joelho
(tenho condromalácia patelar). Fiz minha última corrida no final de setembro. Na
mesma semana fui fazer pouco o fortalecimento, (ideal sempre foi 3x na semana
de academia) me machuquei no final de semana seguinte a essa corrida. Parei e
lamentei minha negligência com meu corpo, lembrei de todas as vozes que paguei
para me darem conselho, meu treinador que sempre pediu que eu mantivesse um
ritmo mais lento, meu professor da academia que pediu que a corrida fosse
secundária e o fortalecimento vinha primeiro, meu nutricionista que disse que
eu estava sim debilitada e estava em recuperação, meu ortopedista que falou que
o fortalecimento do músculo era mais urgente do que qualquer esforço meu...
Burra!
Melhor assessorada impossível
nada vinha de site de marombeiro, ou de blog de treinadores físicos virtuais... Vinha
ali de pessoas competentes que eu paguei e mesmo assim falhei. Desse o início
da dieta levantei a cabeça e disse que ia a uma luta de colocar meu corpo a um
limite que nem eu conhecia, de colocar minha saúde a prova em uma guerra que eu
tinha não entendido que a maior inimiga a essa altura era eu mesma.
Magra, sim estava, corpo que
maioria das brasileiras pagaria muito caro para tê-lo, mas o joelho, a
capacidade de correr... Essa ... E é ai que você arranja a humildade de ouvir
as pessoas que querem te ver bem... É ai que você dá valor às frases de “você
passou do ponto”, “tem que ter um limite” e entende que isso não é uma opção de
escolha sua e sim do seu corpo, da sua capacidade e leva tempo. O joelho doía,
fiquei uma semana sentindo dor, colocando gelo, chorei.
Mas minha hora não tinha chegado,
não era hora de abandonar e eu pude sim voltar. 2 semanas na dieta nova, sentia
um gás a mais no meu corpo. Vi uma melhora na minha tonificação muscular e meus
joelhos não doíam. Voltei a correr. Essa é minha nota de esclarecimento, optei
por caminhar junto com profissionais que eu escolhi e são competentes, escolhi
ser uma Carcará e aprender a ouvir meus amigos e família, porque eles me querem bem e eu os
quero bem também. Para bom entendedor basta.
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