quinta-feira, 10 de abril de 2014

Os 21 km chegaram #ULTRAITIMURA

É sempre possível pressentir que algo muito grande está por vir. Foi assim minha expectativa com a Ultraitimura. Evento foi em Jundiaí onde um amigo de corrida Roberto Itimura mora. A ideia da corrida surgiu ano passado quando o Itimura disse que em seu aniversário ele correria 53 km. Os anos de sua vida em km. Itimura é um cara que tem uma história de superação incrível, seu coração funciona apenas uma metade a outra é enfartada. Sua expectativa de vida ia até esse ano. Ele não só está muito bem, como também está mais magro e correndo muuuuito.


Eu saí do Rio à noite e cheguei em São Paulo capital no sábado (5) de manhã, aproveitei para tomar café na Liberdade em companhia de uma amiga Fernanda, que já tinha uma amizade com o Itimura e iria comigo para Jundiaí. Por coincidência fomos com um casal amigo meu de congressos e de área de pesquisa , o pai do meu amigo era amigo do Itimura de futebol :) Entao no mesmo dia pudemos ver o Itimura e dar um abraço nele!


No dia seguinte acordamos muito cedo e logo estávamos na praça do evento. A saída era 6 horas da manhã. Deu tempo para um aquecimento rápido e algumas fotos!


Saí com um grande amigo o Cláudio Gomes, de Mogi. Saímos trotando e boa parte do percurso fizemos conversando e num pace de 7 min/km. No km 8 eu e ele tomamos gel. A mistura de gel, gatorade e água confesso que não entrou bem em mim. No km 11 parei para ir ao banheiro, 2minutos. Retornamos e encontramos na esquina do percurso: Paulo Brasil, Luciana , Toninho e Aline, gente querida. Dei um abraço no Paulo e seguimos. 


A ida subindo a segunda parte do treino foi tranquila, mas comecei a sentir de novo o desconforto gástrico... A volta o corpo começou a sentir o volume, mesmo assim o pace estava já em 6:30 min/km. No km 16 senti dores na lateral da perna e no joelho, mas era de cansaço. Por segundos parei e foi quando o psicológico entrou e ouvi a voz do Cláudio: Não, não, falta pouco moça, para não!

Encontramos a Sheila, esposa do Cláudio e eu já estava cansada, tomei o gatorade. Passamos pelo ponto de apoio, recebemos água e apoio dos mesmos da ida. Continuamos eu e Cláudio, mas o cansaço já era perceptível no km 19.  Olha a cara na foto.
Tá tudo legal #sqn


Foi quando faltando 1km o Cláudio falou: "Falta 1km, seguiremos adiante e retornaremos nos 500 m". Senti a vista embaçar, pisquei e disse  que era possível continuar. Gel nem pensar,mas desejei um gatorade. O mal estar e desconforto já tinha chegado no limite.
Ouvi ele falando: "Faltam 300 m, quer seguir como?" 
Falei que pela direita, ficava na frente da praça de onde saímos. 
Ouvi de novo: "Faltam 50 m". E finalmente: "Moça pode parar os 21km são seus"

E dentro da minha cabeça eu pensei: "já?" "Mas e agora?!" Cláudio me abraçou, me parabenizou e foi atrás dos 25 km. Eu não sabia para onde ir... Não houve festa fui eu e minha consciência, meu corpo sentia os 21km e minha cabeça repetia que eu tinha feito 21km, mas eu? Não acreditava... Cheguei tomei água, comi maçã, recebi minha medalha! Alonguei. Sentei! E foi quando ouvi notícias do Cláudio que parecia que estava passando mal. 

Saí correndo depois de 10 minutos dos 21km, saí correndo pra dar apoio a um amigo, mas ele tinha fechado seus 25km estava no chão, mas já tinha atravessado a linha de chegada!

Como a gente idealiza ultrapassar nossas metas? Não sei, mas eu não poderia ter desejado melhor maneira. Amizade é uma honra dada a nós! Cláudio foi um companheiro brilhante!


Sem mais!

3 comentários:

  1. Saudades dessa época onde a corrida era uma descoberta ... de tudo ... de nós mesmos e de novos amigos ... agora a pegada é outra ... mas sempre há novas descobertas. bj.

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  2. Saudades dessa época onde a corrida era uma descoberta ... de tudo ... de nós mesmos e de novos amigos ... agora a pegada é outra ... mas sempre há novas descobertas. bj.

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  3. OI Claudinho, a corrida sempre é descoberta para mim, porque nunca nenhuma corrida é igual a outra. Estou vivenciando tudo isso de novo com a meia maratona de outubro aqui no Rio.

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