quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

O que 2014 me ensinou sobre corrida?

Esse post deveria ter sido feito em 2014, mas no primeiro dia de 2015 começo a me recuperar de uma lesão a 3a lesão que me acometeu desde o início de 2014
Por tantas vezes abaixei a cabeça e conversei com meu corpo tentando entender o que ele quis me dizer. Será que não sou uma corredora? Será que é o tênis? Será que meu treinamento está correto? Será que não estou descansando direito?
Via tantos amigos esse ano saindo e entrando logo em outras competições com tanta facilidade que me causava tanta frustração não estar presente.
Então nessa última lesão estou começando a entender meus erros.
Ao pensar nas minhas lesões eu não conseguia perceber nenhum ponto comum entre elas, com exceção de um: toda lesão era depois ou perto de alguma competição que havia algum desafio.
Então entendi que eu posso ter tido 3 desafios:
1 - Ultraitimura, um treino de 21 km, nunca feito antes. E que minha quilometragem na semana não passava de 20km. Mesmo assim ousei. Resultado: derramamento articular no joelho direito, que me tirou das pistas por 1 mês.
2- Meia maratona internacional. O que envolve o treino da meia é o medo do derramamento acontecer de novo, por isso quis me acostumar com a distância, mas também pensei que quanto mais rápida eu fosse menos tortura para meu corpo. Então me preocupei com a velocidade, no entanto, induzi meu organismo a correr o mais rápido em todos os treino, tanto longos, quanto intervalados e outros. Estava sem treinador, apenas uma assessoria de graça na internet, não desmerecendo,porque era muito boa. Corri tao veloz que estava beirando um pace de 5:50min/km... Um recorde pessoal em corridas com mais de 10km.Resultado: Final de junho minha panturrilha sofreu o overtranning após uma corrida de 18km, Pensei em calcanhar de Aquiles, mas fui prudente e parei. O problema é que parei demais e não continuei a academia, voltar em agosto ao condicionamento de junho foi difícil. Uma compressa de água quente todos os dias me ajudou a continuar o treinamento e fazer a prova. Após a prova não senti dores, sem derramamento e não lembro de sentir dores na bacia.
3 - Em Setembro apareceu a oportunidade de correr minha primeira prova de areia. Achei fantástico. E assim treinei, mas a mudança de piso não foi tão gradual e logo me coloquei a correr em areia. Sempre, mesmo que meu treino era para asfalto e sempre com o pace mais baixo. Resultado: pubalgia, terminei o desafio do revezamento de praias e as dores se intensificaram, não conseguia levantar da cama sem sentir dores.


Pensei durante muito tempo o que esses 3 eventos tinham parecidos, falta de treinamento? Não...
Mas em todos eu queria ser rápida em todos os treinos... Eu ja tinha ultrapassado meus limites de velocidade e sabia que poderia fazer de novo, na procura pelo pace perfeito, meu organismo se cansou, se estressou e perdeu o prazer de correr.
O que 2014 me ensinou foi o respeito com o meu corpo, e isso para mim significa ter paciência. Determinadas competições eu nunca tinha feito e meu corpo não sabia o que esperar e nem certamente não estava preparado, mas jogue a primeira pedra quem nunca foi competir sem não ter treinado suficiente. Bom que isso ocorreu ok, mas precisava ser num pace mais brando e nao sempre querendo quebrar recordes.
Eu entendi qual o gosto por correr, esse gosto não tem dor, não tem ansiedade de fazer o tempo x ou y... Apenas o prazer de curtir uma música e terminar a prova. Por mais que eu vá toda equipada, com agua, gatorade, nada vai substituir a minha paz de espírito e a minha despreocupação com o resultado de uma simples corrida.

2014 me ensinou a correr 21km, a correr na areia e não botar nenhuma expectativa em nenhuma corrida, apenas concluí-la.
E assim seguirei!
Que 2015 seja com muito menos lesão.
http://www.ted.com/talks/christopher_mcdougall_are_we_born_to_run

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